[Des]Igualdade
Não somos iguais, tampouco imparciais,
Não chegamos a ser netos, não temos pais
Desertámos de mãos dolorosas, vidas assombrosas
Somos a escória que resta da vossa vida
Algures no tempo [perdida]
Mas não somos história vencida.
Onde vivemos, onde nos sabemos, as ruas não têm nome,
Becos escuros (obscuros), talhados de insegurança
As incertezas, e impurezas não nos tiram a esperança
Nem conseguem moldar-se e a matar-nos a fome
Não vergamos a impostos conformismos
Nem vivemos de coagidos narcisismos
Quebrámos as algemas da insanidade
Costruímos nós a nossa verdade.
[E tu, es capaz de tal proeza?]
Sim, tu, Sr. Correcto, que tens tão bom aspecto,
Olha-me nos olhos e diz que está tudo bem,
Sai do teu ciclo vicioso, asqueroso
Lava-me essa cara de merdoso,
Lamenta a tua vida, vive o teu desdém.
[Senta-te em frente da lareira acesa]
As amarras que te prendem, foste tu que as criaste,
E vives neste mundo imundo, não te libertaste,
Vives de egoísmo, cinismo, pouca falta de civismo
Oh, Sr. Correcto, de bom aspecto,
Não me faças chorar lágrimas que não sou,
Nem me dês o teu mundo, que eu não vou.
Tens uma nódoa, na gravata que usaste para me criticar
Tens uma mossa, no ferrari que compraste para te desigualar
Tens o vidro da tua casa de praia partido, é fodido...
Tens areia, nos sapatos de pele com que me pisaste,
Tens sorrisos na tua boca, com que me humilhaste,
Tens o teu mundo imundo, que tu próprio criaste.
Oh, Sr. Correcto, de bom aspecto, toma coragem para não dormir.
Não somos iguais, tampouco imparciais,
Não chegamos a ser netos, não temos pais
Desertámos de mãos dolorosas, vidas assombrosas
Somos a escória que resta da vossa vida
Algures no tempo [perdida]
Mas não somos história vencida.
Onde vivemos, onde nos sabemos, as ruas não têm nome,
Becos escuros (obscuros), talhados de insegurança
As incertezas, e impurezas não nos tiram a esperança
Nem conseguem moldar-se e a matar-nos a fome
Não vergamos a impostos conformismos
Nem vivemos de coagidos narcisismos
Quebrámos as algemas da insanidade
Costruímos nós a nossa verdade.
[E tu, es capaz de tal proeza?]
Sim, tu, Sr. Correcto, que tens tão bom aspecto,
Olha-me nos olhos e diz que está tudo bem,
Sai do teu ciclo vicioso, asqueroso
Lava-me essa cara de merdoso,
Lamenta a tua vida, vive o teu desdém.
[Senta-te em frente da lareira acesa]
As amarras que te prendem, foste tu que as criaste,
E vives neste mundo imundo, não te libertaste,
Vives de egoísmo, cinismo, pouca falta de civismo
Oh, Sr. Correcto, de bom aspecto,
Não me faças chorar lágrimas que não sou,
Nem me dês o teu mundo, que eu não vou.
Tens uma nódoa, na gravata que usaste para me criticar
Tens uma mossa, no ferrari que compraste para te desigualar
Tens o vidro da tua casa de praia partido, é fodido...
Tens areia, nos sapatos de pele com que me pisaste,
Tens sorrisos na tua boca, com que me humilhaste,
Tens o teu mundo imundo, que tu próprio criaste.
Oh, Sr. Correcto, de bom aspecto, toma coragem para não dormir.