Friday, October 13, 2006

Desabafos

Devaneiam na deriva do amanhã
Que não encontram, é sempre igual
Oprimem olhares que se lançam
Mas nada oferecem de novo...

Ontem acabou o mundo, o amanhã não existe mais
Sem esperança, de mudança, instala-se a normalidade
O que é normal?
E ainda agora matei o meu vizinho!!!!

Não há laços que fortaleçam a imundice da alma
Não há valores maiores que o poder
Que a porcaria do simples poder
E há pessoas que nem se olham nos olhos...

Tarda a amanhecer aqui na minha cidade
As núvens pairaram neste lugar e não saem mais
Espero que rebente uma granada no meu quarto
Talvez assim, alguém faça alguma coisa...

Braços atados? Mas eu não vejo cordas
E ainda juram que somos livres?
Mas livres do quê? O que é a liberdade?
É deixar a fome instalar-se no mundo...!!!

Todos se queixam de barriga cheia
Olhem á volta e sintam sofrimento...
Não demora e serão fuzilados até á morte
Aí, já farão alguma coisa? Lutarão?

Queixumes, azedumes, nestas bocas inergumes
Apregoa-se a liberdade, e vive-se a falsidade
Fascistas, etilistas, cambada de "chupistas"
Talvez um dia, a dor bata á vossa porta...